Por: Psic. Thaís M. Amatneeks
Estudos comprovam que a psicoterapia possui um efeito significativo na atividade mental e no comportamento do ser humano devido à capacidade de promover transformações e recondicionamentos ao funcionamento da atividade neural. As alterações são principalmente metabólicas e estruturais. A partir de exames de neuroimagem fora comprovado que a psicoterapia pode produzir mudanças similares (no sistema nervoso) aos efeitos produzidos pelos psicofármacos, alterando de forma semelhante a comunicação neural.
O sistema nervoso possui a capacidade de se moldar de acordo com as experiências pessoais, estando propício a adaptar-se à mudanças nas relações sociais, novas possibilidades de vida e trabalho, rotinas e limitações. Além disso, é bastante conhecido também, o fato de que a psicoterapia é um dos tratamentos mais indicados para casos de depressão, ansiedade, fobias, esquizofrenia, estresse pós-traumático e pânico. Potencializando os efeitos de melhora na pessoa quando combinada com as medicações necessárias.
Por vezes, os psicofármacos são utilizados como aliviadores da realidade, “pílulas mágicas” que suprimem os conflitos e frustrações. Certamente, em alguns diagnósticos o uso do medicamento é necessário, mas é importante prestar atenção para a responsabilidade desse uso. Os psicofármacos foram criados para o alívio dos sintomas, não necessariamente para a solução do problema.
Muitas vezes temos medo de afrontar aquele conteúdo que vem simbolizado junto com nossos sintomas, e tendemos a pensar que o simples alívio dos sintomas é a solução para eles. Olhar para o significado, a função, a origem e o prognóstico daquele sintoma pode muitas vezes ser um caminho muito pesado a percorrer, caminho no qual podemos muitas vezes achar que não somos fortes o suficiente para darmos conta sozinhos. Aliados, o medicamento e a psicoterapia podem tratar tanto os EFEITOS da questão psicológica sob o seu corpo quanto a QUESTÃO em si.
A psicoterapia trabalha com a autoestima, a validação de sentimentos e o respeito pela vivência tal como é experienciada. O trabalho em terapia busca a conscientização e o crescimento pessoal, tendo em vista sempre a autonomia e qualidade de vida da pessoa.
É importante saber que o papel da psicologia não é “jogar seu sentimento ruim para longe”, mas para te ajudar a estar forte e preparado, se conhecendo tão bem que possa observar esse sentimento chegando, se diferenciar dele, saber que apesar de ele estar presente que você pode lidar com ele assim que você der um espaço e uma forma menos prejudicial para ele se mostrar na sua vida.
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