Autora: Iris M. Okumura
É normal se sentir deprimido e ansioso, faz parte dos altos e baixos da vida. Mas como se mede esse nível de normalidade? Temos a tendência de naturalizar as situações que causam estresse e frustração, levando à negligência dos sentimentos.
Mesmo com experiências parecidas, a forma como recebemos e processamos as situações nos afetam de maneiras diferentes. Quando percebidos com mais intensidade, dificuldade de manejo acompanhadas por outros sintomas, podem enquadrar um diagnóstico de doença mental.
O que vem à mente quando pensamos em doença mental? São incapacitantes? Não tem cura? Não tem controle? Pessoas com transtornos mentais geralmente se sentem coagidas a procurar ajuda ou falar sobre o próprio diagnóstico. Tende-se a evitar rótulos, sobretudo os que são socialmente entendidos como negativos e muitos não procuram tratamento por medo do estereótipo.
Afinal, o que são doenças mentais?
Há várias classificações, segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Dentre as mais prevalentes, podemos citar:
– Transtorno depressivos
– Transtorno de ansiedade
– Transtornos alimentares
– Transtorno de neurodesenvolvimento
– Transtorno de personalidade
– Transtorno do sono-vigília
Talvez a gente reconheça e associe pessoas a estes quadros. Algumas doenças mentais podem ser identificadas, mas os estigmas são mantidos porque as características são pouco (ou nada) visíveis levando à discriminação. Quem sofre, pode se deparar com sentimentos de vergonha, tristeza, baixa autoestima e desvalor. Ainda, algumas condições podem ter relação com disfunções cerebrais.
Além de informar, conscientizar e educar a população, acredita-se que o contato direto ajuda a diminuir esses pré-conceitos. Pessoas famosas são importantes porta-vozes para divulgar a importância do diagnóstico e possibilidade de tratamento.
Aquelas mais próximas do nosso convívio, que apresentam hábitos e comportamentos parecidos, que têm a mesma profissão, gostam de atividades parecidas, moram próximo a mim, são as que mais causam impacto e reflexão pela identificação e oportunidade de contar a própria história.
Falar de si é também conseguir apresentar os sintomas e perpassar os estigmas. O processo de recuperação é uma realidade representada pela convivência com a doença e o e sofrimento e, apesar disso, levar uma boa vida – ir à escola / ao trabalho, aproveitar o lazer, constituir família.
A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) apoia estratégias sócio-políticas e educacionais visando diminuir a discriminação das doenças mentais: manifestações públicas, reformas políticas, campanhas de conscientização, compreensão sobre o estigma em si e educação em cada local e grupos de convivência. Reforça também o contato e interação entre pessoas com e sem transtornos mentais, favorecendo a percepção entre pares por meio do compartilhamento de experiências.
#FaçaSuaParte
* Texto baseado no podcast “Fighting the stigma of mental illness”, com o professor de psicologia do Illinois Institute of Techology Psy.D Patrick Corrigan. Disponível em:
<https://www.apa.org/news/podcasts/speaking-of-psychology/mental-illness-stigma>
* Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). https://www.paho.org/pt/campanhas/faca-sua-parte
Deixe um comentário