Fonte: Tribuna de Jundiaí
Por: Psic. Debora Berger Schmidt
A diálise orgânica é o processo artificial de substituição renal cuja função é remover do organismo os líquidos, substâncias tóxicas que não podem ser eliminadas pelos rins doentes. Aqui, as toxinas são processadas pela máquina e as queixas são predominantemente físicas, a ação para solucioná-las vem principalmente de maneira artificial (máquina, remédio, dietas).
Para que se realize a diálise orgânica ou a hemodiálise é preciso um dialisador capilar (filtro artificial), água tratada, solução de diálise, uma via de acesso, duas linhas condutoras (uma que conduz o sangue sujo e outra o sangue limpo), heparina (substância que evita coagulação da circulação extracorpórea) e medicamentos (alivia dores, mal-estar físico). Para a realização da diálise psíquica o processo seria similar.
A máquina da diálise psíquica seria o profissional psicólogo, que auxiliaria no processamento das emoções; o acesso correspondente à fístula ou cateter, seria a aliança terapêutica, pois sem ela não há diálise; o filtro seriam as intervenções do terapeuta, que servem para clarificar/organizar o discurso do paciente; as toxinas psíquicas, os sentimentos/reações de tristeza, medo, angústia, agressividade, nervosismo, fantasias, etc; a heparina psíquica seria as defesas, evitando que o paciente descompense ou enrijeça; os remédios desta modalidade de tratamento, as falas do paciente e a escuta do terapeuta, buscando alívio dos sintomas emocionais.
Enquanto o objetivo da diálise orgânica é, extrair substâncias tóxicas do sangue e remover o excesso de água, o da diálise psíquica seria o processo simbólico de limpar toxinas emocionais (do depender da máquina e dos fantasmas quanto à ausência da possibilidade de cura). Aqui, as toxinas seriam processadas pelo profissional e a ação para resolver, partiria do próprio paciente.
Da mesma forma que não há tolerância para os solutos orgânicos, precisando serem limpos, filtrados; os solutos emocionais também necessitam, ou seja, tanto o filtro orgânico, quanto o psíquico, devem ser cuidados. Isso sustenta a necessidade de perceber o paciente holisticamente, sem a cisão corpo/mente.
Essas duas modalidades de diálise não precisam e nem devem acontecer isoladamente, visto que é a junção delas quem vai diminuir os efeitos do tratamento e promover no paciente, uma melhor qualidade de vida e, consequentemente, maior adesão ao tratamento.
Autor Desconhecido
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