Pesquisas Científicas

O Coping Religioso e Sua Relevância Sobre a Saúde/Doença: Indicação de Artigo

Por: Luana Santi

Na vida todos passamos por situações adversas, mas cada indivíduo lida com essas adversidades de forma única; tudo dependerá dos recursos presentes na dinâmica psíquica. Isso é o que denominamos coping: uma forma de organização interna (e adaptativa), cujo objetivo é a busca da instrumentalização para lidar com fenômenos estressores.

Este fenômeno pode ser “focalizado na emoção, quando os investimentos pessoais dirigem a administração das repercussões emocionais a um nível somático ou de sentimentos decorrentes da situação estressante”; ou então “coping focalizado no problema, no qual as estratégias são direcionadas para a própria situação estressante, objetivando a alteração da origem do problema”. (FOLKMAN; LAZARUS, 1980; LAZARUS; FOLKMAN, 1984 apud. CORRÊA, BATISTA E HOLANDA, 2016, s/p).

Como sugere a nomenclatura, o coping religioso/espiritual (CRE) traça seu percurso através da presença desses fatores (espirituais, religiosos) atuando no manejo do estresse.

O estudo Coping religioso/espiritual em processos de saúde e doença: revisão da produção em periódicos brasileiros, escrito por Corrêa, Batista e Holanda no ano de 2016, abordam toda a literatura produzida no Brasil entre 2000 e 2013 a respeito desta temática, através da produção de uma revisão sistemática.

Os autores citam Pargament, Koenig e Perez (2000), os quais abordam sobre uma diferenciação entre coping positivo e negativo. São positivas as estratégias que direcionam o indivíduo à adaptação, e, negativas as estratégias de enfrentamento que resultam na falta de possibilidade do indivíduo em adaptar-se a determinada situação.

coping2

Pode-se tomar como exemplo o processo de adoecimento. É possível observar pacientes que utilizam a fé como recurso para manutenção do autocuidado e responsabilização do tratamento, assim como há pacientes que crêem na cura divina e desacreditam na necessidade de conciliar a fé aos recursos oferecidos pela tecnologias desenvolvidas na área da saúde. E por essa crença, não vêem necessidade em tomar remédios ou realizar o tratamento. Dessa forma, nota-se que a forma de lidar com a situação afasta o indivíduo de realizar as tarefas necessárias para o seu bem estar, ou para a minimização dos riscos inerentes ao seu estado de saúde.

No mencionado estudo, os autores citam abordagens específicas nas quais o coping religioso demonstra eficácia; seja no tratamento de pacientes oncológicos, seja em questões de saúde mental. Dentre os artigos analisados, observou-se com frequência “a utilização da religiosidade/espiritualidade para lidar com a experiência da doença, com o sofrimento ou demais momentos desafiadores da vida”. É válido considerar o dado de que a espiritualidade tem trazido melhora à qualidade de vida, “além de proporcionar novas perspectivas para enfrentamento do sofrimento e de doenças”.

Posto isso, é importante refletir sobre a relevância deste tema nos contextos de saúde, de tal forma que as questões de cunho religioso e espiritual não causem estranhamento se atreladas ao cenário acadêmico; uma vez que os profissionais da saúde lidam cotidianamente com o sofrimento.

Abaixo estará o acesso ao link do artigo completo, confira!

 

 

REFERÊNCIA

 

Correa, C. V.; Batista, J. S.; Holanda, A. F. Coping religioso/espiritual em processos de saúde e doença: revisão da produção em periódicos brasileiros, 2016. Disponível em: <https://revistapsicofae.fae.edu/psico/article/view/82/49>

 

 

 

 

 

 

 

 

Deixe um comentário