Textos Reflexivos

Ano Novo… Novo?

Por: Débora Berger Schimidt

Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança
fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano
se cansar e entregar os pontos.

Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez
com outro número e outra vontade de acreditar
que daqui pra adiante vai ser diferente.

(Autor desconhecido)

 

Embora não possamos literalmente cortar o tempo, vamos refletir sobre isso?

Você já parou para pensar nos nomes das fatias do nosso ano, os meses? Por qual razão o mês de Setembro (7-embro) se refere ao mês 9 do nosso calendário? E o mês de Outubro (8-ubro) se refere ao mês 10? E o mês de Novembro (9-embro) se refere ao mês 11? E, por fim, o mês de Dezembro (10-embro) se refere ao mês 12?

Vamos lá:

Até o sec. I a.c. o calendário romano era lunar, de modo que o ano se iniciava na primavera e era dividido em 10 partes, ou 10 meses, assim nomeados: Martius, Aprilis, Maius, Junius, Quintilis, Sextilis, Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro. De modo que os últimos seis nomes foram retirados das palavras cinco, seis, sete, oito, nove e dez.

Foi com o passar do tempo e dos estudos sobre ele que se construiu o calendário luni-solar, de 12 meses, que usamos hoje, incluindo os meses de Janeiro e Fevereiro. Consequência disso? Um distúrbio de perda de sentido nos nomes dos nossos meses.

Distúrbios a parte, o que parece consenso é que esse calendário está tão interiorizado dentro de nós, que, com o aumentar dos meses, progride-se também o cansaço, a estafa, e o desejo e necessidade da renovação. Não à toa, é isso que se celebra no último mês do calendário no universo cristão: o nascimento. Nasce um novo ciclo e “aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez…”

Outra curiosidade sobre o nosso calendário, se refere a repetição com certa periodicidade dos anos, tal como podemos encontrar nas imagens abaixo:

ano_novo_2

ano_novo_3

Os calendários são exatamente iguais. Mas isso não significa que tudo precise se repetir novamente, o novo ano tem outro nome: “outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra adiante vai ser diferente”. Isso quer dizer que ele será diferente se quem passar por ele ser e fizer diferente.

Que nesse novo ano o milagre da renovação se faça no número e também em tudo que há de bom no ser humano: alegrias, determinação, paciência, persistência… Que sejamos capazes de reciclar em nós o que precisa ser melhorado e ter a determinação de buscar e transformar nossos pensamentos com esperança e coragem!

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